Doença Hemorroidária

Dr. Nelson Liboni

Por Dr. Nelson de Souza Liboni

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Hemorroidas são coxins vasculares na submucosa anal e estruturas normais na anatomia. São compostos por veias, sinusoides, tecido elástico, conjuntivo e tecido muscular.

Encontra-se dois a direita do anus e um a esquerda.

Doença hemorroidária é afecção anal hemorrágica decorrentes de dilatações destes coxins.

Acomete 30% da população entre 30 e 50 anos.33% nunca procuram atendimento medico com medo da cirurgia, levando a agravamento no tratamento.

A etiopatogenia é devido a disfunção esfíncteres anais (aumento da pressão de repouso) com dilatação dos vasos hemorroidários e disfunção da musculatura local. A fisiopatologia da teoria degenerativa (tecidos de suspensão e sustentação por esforço crônico e envelhecimento) e vascular (hipertensão e hiperfluxo nos coxins vasculares submucosos) e a outros como aumento da pressão intra-abdominal, dificuldade do retorno venoso causarão prolapso dos mamilos hemorroidários com sangramentos , mucorreia, prurido e ardência.

As causas predisponentes principais:

  • Hereditariedade
  • gravidez
  • postura ereta
  • obstipação intestinal
  • esforço evacuatório
  • diarreia crônica
  • tumores pélvicos
  • etc

A doença hemorroidária é classificada:

Dr. Nelson Liboni

O tratamento pode ser clinico (I e II) ou cirúrgico( III e IV) dependendo do grau.

O tratamento clinico:

  • dieta rica em fibras solúveis e insolúveis entre 25 a 30g/dia naturais ou comerciais para evitar recidivas e piora do sangramento
  • eliminar o papel higiênico com sabonetes adequados para alivio sintomático,
  • hidratação adequada
  • agentes farmacológicos tópicos anestésicos , vasoconstritores, hemostáticos, lubrificantes (cremes, pomadas, supositórios) para dor, desconforto, prurido e umidade local
  • agentes flebotonicos ajudam ate no pós operatório

Quando tratamento clinico não melhora nas hemorroidas I e II fazemos para reduzir o prolapso, fixação da mucosa e submucosa no interior do canal anal o tratamento ambulatorial instrumental:

  • eletrocoagulação
  • escleroterapia, ligadura elástica
  • fotocoagulação por radiação infra vermelha

Eles podem ser ambulatoriais e podem ser repetidos em varias sessões. São contra indicados em paciente imunodeprimidos graves , uso de corticoide crônico, oncológicos, doença de Crohn e etc

É realizada cirurgia nos III, IV e II – refratários aos tratamentos anteriores com bons resultados em médio e loingo prazo, com baixo índice de complicações.

Nas técnicas abertas (Milligan-Morgan) e fechadas (Ferguson) os resultados são satisfatórios 90%similares com baixo índice de complicações como 4% de retenção urinaria, 1,6% de sangramento, 0,7% de substenose anal, 2% de impactação fecal e 27% de dor, etc.

Em pacientes com associação de fissura e hipertonia do esfíncter deve se fazer a esfincterotomia interna lateral ou aplicação de toxina botulínica.

Nas III e IV podemos utilizar as técnicas descritas anteriores e também a técnica fechada de Sokol, utilizando o plicoma residual para fechamento.

Nos últimos anos surgiram as técnicas minimamente invasivas que não manipulavam o anoderma sendo menos dolorosos como a anopexia mecânica (PPH-grampeamento) e o THD (desarterialização hemorroidária transanal).

A hemorroidectomia por grampeamento pode ser usada nos graus II, III e IV, com ressecção por grampeador da mucosa retal e anopexia mecânica com fixação da mucosa no interior do canal anal. Ela interrompe os ramos das artérias hemorroidárias superior, ressecção do prolapso mucoso.

Em hemorroidas externas volumosas assim como plicomas pode ser necessário a ressecção do componente externo.

Ele tem menor tempo cirúrgico e de internação, menor dor e retorno precoce as atividades habituais, mas podendo ter recidiva.

Podem ter complicações graves como sepse pélvica, fistulas, abscessos, dor crônica, urgência fecal, etc.

A THD - desarterialização com ligadura dos ramos hemorroidários terminais associada a mucopexia trans anal utilizando instrumento acoplado a um transdutor de ultrassom Doppler sem a necessidade de cortes ou incisões na região da anoderma.A técnico e rápida com diminuição da hospitalização..Podem ser usadas nas grau II, III e IV associadas a ressecções de plicomas como no PPH.

As complicações são pequenas, sendo o tenesmo o sintoma mais comum.

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